| FRANCISCO BERNARDINO  RIBEIRO ( Brasil – Rio de  Janeiro ) ( 1815 - 1837)   Francisco  Bernardino Ribeiro nasceu no Rio de Janeiro aos 12 de junho de 1815 e matriculou-se  na Faculdade de Direito de São Paulo na turma de 1830. Formado em Direito em  1834, defendeu tese no ano seguinte. Em 1835 fez concurso para lente da mesma  Faculdade, e foi nomeado contando apenas 20 anos de idade.Grande amigo dos estudantes, foi cognominado o "Mestrinho".
 Colaborou em vários jornais da época, como a "Revista da Sociedade Filomática"  e "A Voz Paulistana".
 Escreveu, em colaboração com Antonio de Queiroga e Justiniano da Rocha, um  "Ensaio sobre a Tragédia".
 Traduziu em versos o livro terceiro de "Joseph", romance épico de Bitaube, e as  "Noites Lúgubres", de Cadalso.
 Compôs uma "História do Brasil" desde a Independência
 ao seu tempo.
 Faleceu no Rio de Janeiro aos 16 de junho de 1837.
 
 
                    
                      |  |  ANTOLOGIA DA POESIA PAULISTA II. Org. Domingos Carvalho  da Silva, Oliveira Ribeiro Neto, Péricles Eugênio da Silva Ramos. São Paulo: Comissão Estadual de Literatura,  Conselho    Estadual de Cultura, 1960. 173 p.   16x23 cm.  Inclui Errata.   Impresso na Imprensa    Oficial  do Estado.  Ex. bibl. Antonio Miranda
 
   ODE
 Eu  vi um homem?... Ou me ilude a mente?
 Que horror, que eu sinto! homem, não, não era!
 Tranquilo fratricida
 Como  pudeste oh monstro!
 Áridos olhos, atentar na vítima,
 Desfalecida,  exangue?
 
 Como pudeste, impávido, roubar-lhe
 Miseranda existência, com os redobres
 De  angústias repetidas,
 Sem  o brado ouvires,
 Que dentro d´alma rompe e clama: — É homem,
 E  homem desgraçado?
 
 Como pudeste, sem arrepiar-te
 As carnes, frio, horror? Sem ver diante
 Esquálido  fantasma,
 Habitador  dos túmulos,
 Com a mirrada mão prender-te os braços:?
 É  teu irmão!" — clamar-te?
 
 Que é desse coração, que o ser te alenta?
 Inda palpita? Não. Quente de crimes
 O  sangue infeccionado
 Dispara  só arrancos,
 E cada arranco ordena um atentado!
 Deixaste  de ser homem!
 
 És aborto do inferno, ente perverso,
 Nasceste apenas para ser vergonha,
 Opróbrio  da existência!
 É  mais que tu ditoso
 Aquele que arrojaste à sepultura,
 Que  tuas mãos cavaram!
 
 Esse ostentou furores desastrosos;
 Mas não mostrou à face do Universo,
 Que,  surdo à Natureza,
 Já  saciado tigre,
 Em paz — com as garras meneava a morte
 Para  extinguir humanos!
 
 (Parnaso Acadêmico – Paulo  Antonio
 do  Vale  — p. 53)
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   Página publicada em outubro de 2022     
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